(Reunião de toda a equipa do Djinopi 17 Julho 2010-Bissau)
Foi apresentado ao grupo o Poilão do Djinopi (em tela). A apresentação deste Poilão teve como objectivo a criação de uma Unidade dentro do Djinopi para que todos sintam o Djinopi como um TODO e não apenas ser uma parte.
Perante o Poilão fizeram-se as seguintes perguntas:
- · Porquê um Poilão? (muitas destas árvores são consideradas sagradas porque têm os espíritos dos mais velhos)
- · O que é que o Poilão tem? (folhas, ramos, tronco, raízes)
- · Como se alimenta o Poilão? (a água é um elemento que entra na terra e alimenta o Poilão pelas raízes e faz um Poilão forte e bonito)
De seguida passou-se à visualização do Poilão como sendo o Poilão do Djinopi e fizeram-se as seguintes perguntas:
- · Quem são os ramos do Poilão?
- · O Poilão protege quem?
- · Quem são as raízes?
- · O que alimenta o Poilão?
Depois desta dinamização dividiram-se os participantes em 4 grupos de trabalho, para que cada grupo pudesse responder às perguntas colocadas, de forma a que mais tarde pudéssemos colocar no Poilão todas as possíveis respostas.
Trinta minutos depois cada grupo deu as informações sobre as perguntas e foram colocadas no Poilão. Desta forma, com a participação de todos, o Poilão do Djinopi ficou completo e muito forte.
Depois do Poilão estar com todas as informações dos participantes foi mostrado a todos pequenos búzios, dizendo-se que cada búzio representa uma ONG envolvida no Djinopi. Assim todas as pessoas foram chamando as ONGs: WFD, René-Renté, Al-Ansar, Rede Ajuda, Okanto e Sinin Mira. Cada grupo de cada ONG levantou-se chamando a sua ONG.
Finalmente mostraram-se os 6 búzios envolvidos num fio vermelho e foi colocado num dos ramos do Djinopi.
(Este processo tradicional de sacralização, (tornar sagrado), do Poilão chama-se “Mandji ou Mandjidura”.
São processos muito importantes para a cultura guineense, tornando o Poilão como uma entidade espiritual e de protecção das comunidades, neste caso de entidade espiritual do Djinopi e de protecção do Djinopi na luta contra a mutilação genital feminina.)
Todos os participantes estavam envolvidos neste processo. Mas era necessário tornar o Djinopi também como um compromisso interno e também um compromisso de cidadania. Sendo assim foi distribuído por todos os participantes colas brancas. Estas colas (15) foram divididas ao meio e distribuídas pelos outros participantes, transformando 15 em 30. Cada participante comeu a sua parte da cola.
(Este compromisso é do ponto de vista cultural o maior compromisso que se pode tomar e ninguém o pode quebrar. Salienta-se que entre os participantes havia um Aladje (líder religioso) que tornou ainda mais forte este compromisso.)
Depois deste processo a alegria tomou conta da reunião. Todas as pessoas estavam muito contentes, valorizando o Poilão e tornando-se parte integrante dele.
TODOS NÓS SOMOS O POILÃO DO DJINOPI.
Esta tela com o Poilão do Djinopi ficou na parede durante toda a reunião e estava cheio do simbolismo da nossa Unidade e do nosso engajamento e no compromisso nas comunidades onde trabalhamos.
Foi um momento muito importante do nosso trabalho que envolveu todas as pessoas no sagrado e no compromisso da luta contra a mutilação genital feminina.