Thursday, June 10, 2010

A humidade de Bissau ou a entrada das chuvas


É que aqui as chuvas têm uma entrada, um ficar e uma saída.

E a entrada faz-se difícil – como um processo de sedução. Um piscar de olhos, um rebolar de ancas, um trejeito de ombros. Entra não entra…e nós esperando que a chuva se faça à terra.

Desde 2ª que o calor vai subindo em Bissau. Não tenho a menor ideia de quantos graus – mas para mim está batendo os quase 40º. Quando possível pego na caneca e mando água pelo meu corpo – nem me enxaguo. Assim fico com o prazer da água, por pouco tempo mas mesmo assim são uns minutos bem curtos e bem bons – e depois lá vem a vaga de calor e humidade.

Este puxar de chuva mas chuva não vem, cola-se aos corpos. A humidade é um peso. Podemos pesar a humidade? Eu sinto-a nos meus olhos e nesta dificuldade em andar rápido. Pois é – qualquer movimento mais rápido e lá vem a transpiração. Uma verdadeira sauna – grátis. Nem a ventoinha nos salva desta humidade. As pás lá se mexem em velocidade mas o ar que agita é quente.

Nem uma brisa, nem um movimento subtil das folhas do mangueiro em frente à minha janela. Está tudo à espera que a chuva rebente, forte, impetuosa e sem amarras.

Nestes meus dias de transpiração contínua, espero ansiosamente pelas 10 ou 11 da noite para sentir o ar condicionado do meu quarto – e assim dormir tranquila sem o rebolar do corpo no colchão procurando a parte seca de transpiração.

Porque é que não há mais 23 horas durante o dia?

2 comments:

  1. Paulinha,
    O dia não tem mais the 24 horas, porque si as tivera, tu estarias a trabalharlhas todas. Un beijo muito muito grande. Que coração tao grande tens...
    Ja gostava de estar la contigo...
    Rita

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  2. Ritinha,
    Também gostaria de estar contigo e partilhar esta minha missão de alma.
    Um beijinho Grande
    Paula

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